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sexta-feira, 23 de abril de 2010

Breve Notas Sobre A Pintura de Pedro Alvim

Por vezes somos surpreendidos por imagens que nos compelem a falar ou a calar... ou a falar porque temos medo do silêncio. Foi uma grata surpresa me deparar com algumas das pinturas de Pedro Alvim recentemente. Resolvi então dividir esse espanto, com a precariedade e urgência com a qual nos manifestamos sobre aquilo que nos espanta.
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Embora as pinturas de Pedro Alvim possuam uma qualidade quase espectral (como se o mundo, por um breve instante, intuísse sua própria inconsistência e eminente desaparição), há algo de áspero nessas imagens. Em frente a suas telas, eu vejo o romper das coisas...

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A pincelada como uma ruptura; o espaço vaza...

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Sou assombrado por um ventilador, por um tecido lançado sobre uma cadeira, pela sombra fosca, pela imprecisa presença da madeira que delimita o cômodo... A pintura range como uma casa velha.
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Os sótãos de Pedro Alvim são locais de mistérios insondáveis.

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Translúcida como um reflexo sobre a água, a paisagem vacila, tropeça. O espaço como um acidente da visão.

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Eu redescubro Brasília; lembro-me de Clarisse Lispector e concluo: trata-se meramente de um exercício de levitação.

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A paisagem de Pedro Alvim é plana como uma vista aérea: desliza-se sobre a tela sem obstáculos ou empecilho; e, por um momento, o tempo parece sutil.

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Aqui, a pintura não se encerra, ela prossegue.

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Confira o trabalho de Pedro Alvim em três mostras na cidade:

Brasília, Prazer de Pintar- Galeria Fayga Ostrower, Funarte
Brasília, Síntese das Artes- Centro Cultural Banco do Brasil
Paisagens e Tramoias- Espaço Cultural do Superior Tribunal de Justiça

Um comentário:

Luciana RRR disse...

Interessante sua percepção sobre as pinturas do Alvim! As transparências que ele faz nas composições são minha parte preferida! Mesmo porque ele utiliza tinta à óleo, (na maioria das telas que eu vi) que tem justamente a carga "conceitual" de ser uma tinta mais pesada e com cores mais fechadas e pigmentos fortes...