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terça-feira, 12 de janeiro de 2010

UPIS, I did it again! – cobertura da II Bienal de Artes de Brasília

A segunda edição da Bienal de Arte de Brasília ocorreu entre os dias 10 de dezembro de 2009 e 10 de janeiro de 2010, ocupando por um mês as salas de aula do Campus I da faculdade UPIS com propostas de cerca de 100 artistas sob o tema “Tempo”, proposto pela curadora Rosane Pominitz. Nossa equipe esteve por lá para conferir a mostra.



A princípio a proposta da UPIS de ocupar espaços ociosos (no caso, as salas de aula da própria instituição no período de férias), bem como a própria realização de um evento regular dedicado as artes visuais em Brasília, nos parecia bastante oportunos. No entanto, em nossas visitas ao evento, ficamos com a sensação de que nenhuma delas foi efetivada de forma satisfatória.

Em grande parte das salas percebemos tentativas expográficas mal-sucedidas: panos e lonas plásticas tentavam omitir os elementos próprios de uma sala de aula, como as janelas e lousas; banners coloridos dependurados nas salas traziam o currículo dos artistas e poluíam mais ainda o espaço expositivo, chegando, em alguns casos, a competir visualmente com as próprias obras; muitos artistas optaram por recorrer a frases e textos aludindo à temática proposta pela curadoria, de modo a legitimar ou justificar (de forma por vezes forçosa, literal ou mesmo didática) sua presença na mostra. O resultado é uma exposição irregular, com questionáveis soluções de montagem (de fato, permanece a dúvida se essa configurava uma prioridade para a equipe responsável pelo evento), que, por vezes, assemelha-se a uma feira de ciências, uma tendência que nem mesmo a qualidade de alguns trabalhos é capaz de abrandar.



Essa sensação é ainda reforçada por propostas de espetacularização do espaço expositivo realizadas por alguns artistas, que lançam mão de equivocados recursos na ocupação de salas, produzindo uma espécie de cenografias pseudo-contemporâneas e semi-instalações, que resultam em soluções nada convincentes, agregando elementos que pouco acrescentam a suas obras.
Talvez essa apresentação equivocada fosse relevada, não fosse ela tão desproporcional frente à ambição da instituição promotora do evento, que, de acordo com o site oficial, assegura que:


“A Bienal de Artes de Brasília passa a ocupar lugar de destaque no calendário nacional de artes plásticas, junto a importantes eventos como a Bienal de São Paulo, a Mostra Rio Arte Contemporânea, entre outros.”


Essa relevância também é minada frente à divulgação, bastante reduzida para um evento pretensamente dessa magnitude, e cuja programação parece resumir-se à exposição, não havendo um espaço mais amplo destinado à reflexão nem uma difusão das propostas artísticas e dos artistas que integram a mostra.
Na opinião da nossa equipe há um equívoco no discurso apresentado pela Bienal de Artes de Brasília que se propõe a ser um evento de destaque nacional, mas que em sua realização demonstra descuidos e incoerências em relação à produção local e nacional de arte contemporânea.


Veja aqui vídeo do site Cerrado Mix sobre a mostra.


Top 5 Bienal de Brasília pelo DNB

(obs: clique no nome dos artistas para conhecer um pouco mais de seus trabalhos)


1 - Pedro Ivo Verçosa
Pedro Ivo consegue solucionar de forma simples alguns problemas expográficos na mostra. Em uma das paredes quatro telas em grande escala encadeiam-se aludindo a uma narrativa não evidente. Na parede em frente alguns retratos são dispostos em fileiras verticais, juntamente com um de seus trabalhos com recorte vinílico. Pedro Ivo foi beneficiado pelo tom da parede que harmoniza sutilmente com sua palheta de cores.

2 - After School
After School é uma mostra dentro da Bienal que ocupa uma das salas com obras de artistas do grupo G-onze. Entre os artistas estão José Zaragoza, Antônio Cabral, Luiz Áquila, Maciej Babinsky, entre outros nomes importantes da pintura no cenário local e nacional. Embora houvesse uma clara preocupação na distribuição das obras, criando espaços de afinidades e diálogos, infelizmente a mostra foi bastante prejudicada por alguns elementos e recursos expositivos.








3 - Bisser Nai
De origem búlgara, o artista reside há pouco tempo em Brasília. Ocupa uma das salas da Bienal com uma grande série de desenhos e dois de seus manequins pintados apresentados também em exposição individual na Casa Thomas Jefferson em 2008.


4 - Regiane Rocha
Regiane Rocha apresenta uma série instigante de desenhos em pequena escala que mantém uma proximidade com ilustrações de narrativas fantásticas ou fábulas.



5 - André Crespo
O paulista André Crespo é um dos artistas representados pela Art & Art Galeria. Destacamos aqui duas de suas telas expostas com temáticas de cavalos de corrida.


Menções do DNB: Destacamos também os desenhos de Paul Moraes que nos parecem bastante promissores; as instigantes pinturas de Sônia Menno Barreto que se utiliza de um realismo pictórico para criar situações que transitam entre o surreal e o kitsch e ainda a abstração geométrica das pinturas de Milla Nast.

Um comentário:

Paula Noku disse...

cara, 0 cometários.