sábado, 30 de janeiro de 2010
SUPERFRÁGIL - Exposicão DNB
Em comemoração a 1 ano de dando nome aos bois, oferecemos a exposição SUPERFRÁGIL, uma mostra de desenhos com obras dos artistas entrevistados pelo blog. Abertura dia 04/02, quinta-feira, 19hs... Não percarm =)
quinta-feira, 28 de janeiro de 2010
quarta-feira, 27 de janeiro de 2010
terça-feira, 26 de janeiro de 2010
Cursos de Teoria e História da Arte
Duchamp e a invenção da arte conceptual (curso intensivo de férias) - carga horária = 12h
de 2 a 11 de fevereiro, 3a e 5a, vesp.
14h00hs ás 17:30hs/ not. 19hs às 22hs 15.
Barroco - carga horária =40h
de 2 de março a 29 de junho, 3ª feira
vesp.14h30 às 17h30/ not. 19h30 às 22h15
Obs: As inscrições antecipadas tem 10% de desconto nos Cursos:
de férias até 28 de janeiro;
Barroco até 24 de fevereiro.
Maiores informações pelos telefones 3202-2873 e 9958-8568, ou pelo email (verapugliese@gmail.com).
Seleção de Mediadores
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
Arquipélagos Brasilienses
Eu sou brasiliense, e hoje em dia muitas pessoas podem dizer o mesmo. Nascidos e criados aqui, sabemos que Brasília é muita coisa:
Brasília é pipa na torre de teve, é bolha de sabão no parque da cidade, em momentos de tédio pode ser vinho na esplanada, ou, para uma outra geração, pode ser papear em frente ao Pátio. Brasília são as luzes do conjunto nacional, são as tesourinhas. Brasília é carro, muitos carros e nenhum estacionamento. De vez em quando, se está de bom humor e particularmente civilizada, Brasília é ciclista e faixa de pedestre. Brasília é Escola Parque, é Escola Classe, UnB, ipê. É 508 sul, é Beirute e burocracia. Certamente é Lucio Costa e Niemeyer, mas, para mim, é mais Vladmir Carvalho, Cassiano Nunes e Nicolas Behr. É Bianchetti e Babinski, é Dulcina de Morais e Hugo Rodas. É pomba na igrejinha, é jardim de Burlemax, é brincar-embaixo-do-bloco. É pixação na W3, é o estardalhaço das cigarras e caminhada no eixão aos domingos. Brasília é milho na Água-mineral e pastel na Viçosa. É skate no setor comercial sul, é rock /gospel no Conic. É concurso público no fim de semana, é política, é escandâlo, é poder... mas é também coruja-buraqueira, terra vermelha e festival de cinema. Brasília é Honestino Guimarães, é movimento estudantil, é candango empoeirado e juventude entediada, transporte público ineficiente e especulação imobiliária. Brasília é Feira do Guará, Feira dos Importados, é feira da Ceilândia e praça do relógio. Brasília é entre-quadra, é ecatombe moderna, é caminhos-do-desejo. Brasília é o fosso das ariranhas, é ponte JK e açougue-biblioteca. Brasília foi sonho, profecia, loucura, avião e cruz. Brasília é cerrado, índio gaudino, lancha e iate.
Brasília é capital, é deserto, é parque, e, definitivamente, é uma cidade.
Segue artigo do Zero Hora no dia 09 de janeiro de 2010... a versão completa está disponível aqui.
Brasília, aquela ilha distante
Ano passado houve quantos escândalos em Brasília? Assim sem fazer força eu lembro de dois, o do Sarney e seus atos secretos na presidência do Senado (e a penca de afilhados e parentes pendurados em folhas de pagamento oficiais) e o do governador Arruda, que não se perca pelo nome, ele e o seu pessoal todo flagrados com grana viva nas mãos, nas meias, na bolsa daquela senhora, com o suplemento que foi um requinte da hipocrisia geral na oração pós-propina. Nem vou lembrar os aumentos indecentes, as falcatruas de negociação, mais uma quantidade incontável de pequenas e médias negociatas políticas, que dariam vergonha, se o Brasil tivesse vergonha a ostentar.
Brasília, a cidade-palco disso tudo, completa seu jubileu de ouro, o primeiro: tirada da cartola de um presidente mineiro, Juscelino Kubitschek, inscrita no mapa da realidade por milhares de candangos – quem lembra o veículo chamado “candango”, um jipezinho nacional de nome alusivo aos trabalhadores? – a partir de desenho de Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, a capital brasileira é, na minha irrelevante opinião, uma demência. Não vai nada de pessoal contra os brasilienses, figuras tão sublimes e tão ridículas quanto os nascidos em Novo Hamburgo, por exemplo; o que aqui vai é uma opinião contra a cidade: Brasília não faz sentido, exceto para os milhares de funcionários que ganham muito, demais, e para os políticos que se escondem lá, longe da opinião pública ativa que só existe em cidade de verdade (se é que continua a existir...).
E Brasília não é uma cidade de verdade; é uma paisagem, um cenário, uma simulação. O senhor já andou por lá? Eu vi logo pelo jeito como o senhor concordou comigo, logo que eu comecei a falar. Cidade real tem esquina e telhado de cor vermelha; Brasília não tem nem uma coisa, nem a outra. A dinâmica de qualquer cidade, atravessar ruas, pegar condução, saudar os transeuntes, olhar os que passam, ir para o trabalho, ser assaltado, tudo isso em Brasília tem um quê de falsidade, a começar pelo já famoso aspecto de delírio totalitário que se esconde no traçado portentoso e na concepção megalomaníaca, tudo com aspecto monumental, que deixa o pobrerio fora.
Historinha exemplar: uma cidade periférica de Brasília se chama Ceilândia (tecnicamente é uma “região administrativa”, não uma cidade). De onde veio o nome? Naquela região do país, o que nós chamamos de favela lá era chamado de “invasão”, porque se tratava de pobre invadindo espaço sem ocupação, perto da cidade-capital que, afinal, tem os empregos. Pois bem: no começo dos anos 1970, as invasões, isto é, os bairros de pobres, chegaram a uma proporção alarmante, considerando o planejamento original – delirante e excludente desde o início, mas enfim planejamento. Daí instituíram – claro, estamos no Brasil – uma comissão para tratar do tema: a comissão para erradicação das invasões, com a sigla CEI. Daí para Ceilândia foi um passo. De forma que Ceilândia é uma vela acesa para a burocracia.
E custa demais para o Brasil. Quando se pegam os números de PIB per capita, Brasília desponta como a cidade de maior índice entre todas as cidades brasileiras. Sim, mas é uma renda que vem, quase exclusivamente, de emprego público pago regiamente. Não tem geração de riqueza propriamente dita. O senhor já calculou, mesmo por cima, o que custam as máquinas do Senado, da Câmara e dos tribunais superiores? Nem queira saber, nem queira saber.
Então a minha saudação ao cinquentenário de Brasília é esta: uma lamentação por sua existência, pelo seu peso nefasto que o Brasil é obrigado a carregar. Por mim, podia ser transformada em museu a céu aberto, e era isso. Eu sei, eu sei, transferir aquela burocracia toda de lá para uma cidade real seria inviável hoje. Mas eu não me conformo.
domingo, 24 de janeiro de 2010
O Prado do vizinho é sempre mais verde - Cobertura do curso Conservação e Restauração: Novas Tendências
Pilar Sedano (Museu do Prado)
Etapas do processo de substituição de um dos leões dourados de Matteo Bonarelli pela equipe de restauração do Museu do Prado
sexta-feira, 22 de janeiro de 2010
Entrevista - Pedro Ivo Verçosa

Nome: Pedro Ivo Verçosa
Idade: 23
Em Brasília, devemos ficar atentos a obra de: Jean Matos e Virgílio Neto
Café: Ristretto, no. 74 do Café A Cappella.
Pedro Ivo- Eu acho que em grande parte isso tem a ver com o Elder Rocha (pintor e professor de pintura do Departamento de Artes Visuais da Universidade de Brasília), seja na forma como ele dá aula, deixando tudo sempre muito aberto, incentivando bastante quem quer começar, seja na opção pelo figurativo. Eu, na verdade, comecei a pintar quando conheci o Moisés [Crivelaro] e o Taigo [Meireles] que já tinham um pouco a influência do Elder, mas também muita influência do [Sergio] Rizo (artista e professor de Desenho da UnB) e também do [Nelson] Maravalhas (pintor e professor que ministra disciplinas práticas e teóricas na UnB). Eu estava saindo do Desenho Industrial e entrando nas artes plásticas; queria conhecer alguma coisa, e estava próximo ao Moisés que me perguntou “Você quer pintar?”, e eu respondi “quero, quero pintar” e ele me orientou “então: compra essas tintas; o quê que você quer fazer?”... Pinto hoje por conta dessa abertura que ele teve. Estava montando o ateliê na 12 norte [ateliê que compartilhou com Fábio Baroli na 212 norte]. Acho que foi mais um acidente do que qualquer outra coisa. O Elder, por exemplo, sempre foi um artista que tive como referência, até porque a Karina (minha madrasta) fez o curso na UnB e tinha o Elder como um professor muito querido. Então eu já o conhecia antes de entrar na faculdade. E eu logo me encantei com ele como professor, como pessoa e como artista. Foram esses pequenos acidentes... foi por ter uma convivência com a pintura. E foi bom, porque eu estava me distanciando do desenho industrial, estava de saco cheio de vetores, tipografia, etc., não queria ver mais nada disso...
DNB- Por quanto tempo você cursou Desenho Industrial?
Pedro Ivo- De 2004 a 2006, por quatro semestres. E, nesse tempo, eu trabalhei com os meninos, com o Virgílio [Neto], a gente fez camisetas, chegou a fazer ilustração e diagramação. Foi quando eu descobri que não era o que eu queria fazer.
DNB- Algumas de suas pinturas parecem possuir uma qualidade cinematográfica; Por um lado, as situações parecem por vezes compor stills ou fragmentos de uma narrativa oculta, por outro, as composições aludem a idéia de montagem com a sobreposição de cenas ou mesmo na disposição das telas no espaço expográfico. Essa é uma referência recorrente em sua pesquisa?
Pedro Ivo- Acho que a questão do still tem muito a ver sim, porque eu comecei fotografando com o celular; eu queria captar a cena cotidiana, juntando fragmentos. Depois de um tempo eu abandonei, [risos] é trabalhoso demais. Tenho um carro agora também, passei a ter menos esse tipo de acesso.
Quanto à montagem, acho que é uma experiência nova que eu estou tendo. Comecei a explorá-la na última série que fiz, do ônibus, que é bem fragmentada. Eu estou sempre experimentando. Estou a três anos (desde 2006) produzindo pinturas e, às vezes, eu sinto necessidade de algumas fugas. Agora estou experimentando o adesivo como suporte, fazendo desenhos sobre folhas de madeira... Quando eu volto para a pintura, volto com outro tipo de concepção. Por exemplo: minha pintura é prioritariamente monocromática. Tive que ter experiência com cores para poder voltar ao monocromático. Passei seis meses sem pintar, só dedicado as experiências com adesivo para voltar à pintura. Eu não acredito que eu seja um pintor. Tenho um tema que me interessa e, por mais que eu goste de fazer pinturas, tem outros caminhos que eu tento seguir.
DNB: Sobre essa questão: como muitos outros pintores figurativos da atualidade, você se utiliza de imagens fotográficas como parte do processo de elaboração de suas obras. Como essa questão surgiu no seu trabalho e como ela esta integrada a sua poética?
Pedro Ivo- Comecei fotografando, era apaixonado mais pela fotografia, eu estava ainda no meio do design. Pensava: “O que eu vou pintar?” Você pinta algo que você gosta, né. Você pinta; depois você vai descobrindo o que te levou a pintar aquilo. Mas, primeiro, você pinta. Eu acho que eu fui descobrindo... e a fotografia faz parte desse processo. O que posso dizer? Eu trapaceio, eu projeto (a imagem)... Eu sei que muita gente critica isso, mas é uma ferramenta. A fotografia me facilita, é um facilitador absurdo. Eu não acredito na fotografia como um fim, em hipótese alguma, acredito na fotografia como meio. A pintura me parece mais final, mais duradoura. A fotografia é um processo. Minha relação com a fotografia é sempre da ordem do inacabado.


Pedro Ivo- É, um rascunho. Ainda mais da forma como eu a uso, da forma como eu aproveito a fotografia.
Quando eu comecei, fotografava de celular e mal via o que ou quem eu estava fotografando. Eu me sentia meio estúpido até... Mas eu tinha uma ferramenta que, eu acreditava na época, me dava certa imparcialidade; uma imagem mais fiel, que me permitia produzir uma interpretação sobre o observado. Hoje em dia eu não digo mais isso, mas na época eu falava que era mais real...
DNB- No caso, a fotografia de celular produz uma perda de acuidade, uma imagem um tanto indefinida, tosca... Isso lhe interessava?
Pedro Ivo- Sim, porque eu estava fotografando ali o deslocamento, o movimento, o trânsito. Então, achei na fotografia de celulares a captura desse vulto que passa. Você passa por esse meio urbano e não grava a cara de uma pessoa específica; ela existe ali, mas não existe.
DNB- Isso tem uma relação interessante com os recortes vinílicos, como uma espécie de fantasmagoria urbana...
Pedro Ivo – Tem sim. Na verdade, esse trabalho nasceu de uma provocação da professora Aline (Aline Essenburg professora de desenho da Universidade de Brasília); ela me disse “Gostei muito do seu trabalho, é interessante, mas essa é uma disciplina de desenho e você precisa desenhar de algum modo”. Eu não queria abandonar o estudo que eu já havia começado em fotografia e que depois migrou para a pintura. O vinil foi uma forma que eu encontrei de obter essa imagem que aparece, que some, de uma forma mais linear. Isso abriu uma variedade absurda de campos de pesquisa. Se eu não estivesse na UnB, nunca teria explorado isso...
É engraçado, é sempre um experimento: em uma parede aparece mais, em outra aparece menos. O lance de aplicar, você não sabe se alguém vai chegar e vai reclamar, se vai ser tranquilo. Quando você tá aplicando, pára, olha, observa, mas você não sabe a vida que aquilo vai ter, se as pessoas vão ver. Na verdade esse trabalho ainda está muito inicial. Eu acho que pra galeria tem uma aplicação, pra aplicar em suporte rígido tem outra e pra aplicar na rua eu não descobri, mas eu vou descobrir ainda. Eu acho que eu ainda não amadureci o trabalho o tanto que ele deveria amadurecer.
DNB- Mas a proposta surgiu originalmente de aplicação em espaços públicos ou em suporte rígido?
Pedro Ivo- Inicialmente eu queria só o efeito do vinil. Nas primeiras experiências recortei tudo em contact e apliquei sobre a parede. Depois, no Iate [IX Prêmio do Iate Clube de Brasília], eu experimentei um suporte rígido e vi que podia ser explorado, mas eu penso muito em começar a mesclar, alguns elementos da pintura e do desenho. Ainda está muito no inicio, mas acho que dá pra mesclar e chegar a um resultado interessante.
DNB: 2009 foi um ano bastante produtivo para você. Você recebeu uma premiação no I Salão Universitário e participou de mostras como Novas Referências, IX Prêmio Iate Clube de Brasília e II Bienal de Arte de Brasília, dentre outras. Como você tem percebido a receptividade de seu trabalho em Brasília?
Pedro Ivo- Não acredito, hoje, em mercado de arte em Brasília, não acredito no circuito. Não vejo gente preparada, estamos na mão de muitas pessoas difíceis, muita gente picareta. Falta formação, falta profissionalismo. Muitas vezes os espaços deixam tudo a cargo do artista, ele tem que fazer a curadoria, escrever sobre seu trabalho, montá-lo e arcar com os gastos. Isso prejudica o surgimento de novos profissionais (existem muitas pessoas produzindo obras muito promissoras na UnB, por exemplo). Não me entendam mal, existem espaços interessantes, como a Objeto Encontrado, que é mais alternativa, ou a Renome Galeria, que ainda não conheci, mas parece que está com uma proposta interessante. Não existe mercado para quem está começando. Eu tenho um privilégio absurdo, que é meu pai ser dono de loja (de móveis e decoração de interiores) e consigo uma boa exposição por lá; é onde sou mais notado, mais visto. Agora, depender de exposições na CAL (Casa da Cultura da América Latina, espaço expositivo da Universidade de Brasília no Setor Comercial Sul)? Qual a visitação da CAL? Qual a visitação da Bienal (2ª Bienal de Arte de Brasília, organizada pela UPIS)? E quem é esse público? Agora está entrando uma geração de artistas, nascidos e criados em Brasília.
Temos gente, mas não tem estrutura aqui. Falta disposição.
Pedro Ivo - Com certeza, inclusive o projeto de vocês de montar um blog, pra poder fazer uma divulgação dos trabalhos. Sabe, é a gente falando da gente. Temos que falar, porque parece que ninguém está de olho! Escuto muitas pessoas, de Belo Horizonte, Goiânia, São Paulo, Rio, que diz que Brasília é muito parado, falta iniciativa e não há retorno... mas há. Não adianta escorar nesse discurso e não fazer. Nossa produção é muito boa.
DNB- Como foi a experiência de expor em Uberlândia e Goiânia? Você sente uma receptividade diferente?
Pedro Ivo- Quando você é de fora o pessoal logo pensa “deve ter alguma razão para estar vindo” e procuram entender um pouco mais, procura estudar melhor o que está sendo apresentado. Aqui, quem visita somos nós mesmos, as pessoas já sabem o que esperar. Tenho visões e retornos completamente diferentes do que tenho aqui. Mas tanto em Goiânia como Uberlândia, as galerias eram da faculdade, então, querendo ou não, ainda estamos dentro da academia, estamos próximos. Aqui eu também tenho tido retornos positivos de públicos diferentes; ás vezes de gente não tão instruída, a própria Bienal [de arte de Brasília] tem um público completamente diferente. Acho que não é tanto onde, mas para quem você está mostrando.
Para mais imagens da obra de Pedro Ivo, dêem uma olhada em Artistas de Brasília e Cercanias.
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Retrospectiva 2009
Artista 2009 : Pedro Ivo
Pedro Ivo foi a escolha como Artista do Ano pelo Blog. Essa escolha deveu-se a um conjunto de fatores: por um lado, Pedro expôs bastante na cidade no ano de 2009 (Novas Referências, Prêmio Iate Clube de Brasília, Salão Universitário- Prêmio Espaço Piloto, 2ª Bienal de Arte de Brasília). Por outro, a qualidade e engenhosidade de sua produção pictórica, soturna e sépia, aliada a um vigor e intensa e diversificada produção chamou bastante nossa atenção nesse ano. Ademais, Pedro parece-nos um bom representante de um grupo consideravelmente amplo dentre a recente produção local: os jovens pintores figurativos (a se saber, Fábio Baroli, Moisés Crivelaro, Camila Soato, Clarice Gonçalves, Taigo Meireles, Alice Lara e André Mota, dentre outros).
Confira algumas obras de Pedro Ivo
Leia a entrevista do DNB com Pedro Ivo (EM BREVE)
Arte-Educação e Programas Educativos 2009: Circuito Educativo BrasiliAthos – Na Trilha dos Azulejos
Brasília é extremamente carente em publicações em artes visuais, não deixando muitas opções que sejam dedicadas especificamente a esta área. Deste modo, uma boa surpresa é a Revista Objeto da Galeria Objeto Encontrado realizada em parceria com o Fole Coletivo . O conteúdo é variado, inclui ilustrações, contos, quadrinhos, entrevistas e matérias curtas sobre artes visuais, música, teatro e cinema. Seu formato é rápido e inteligente e conta com uma apresentação bastante sedutora, medindo aproximadamente 11 x 15 cm a revista pode ser completamente aberta transformando-se em um pôster de cerca de 60 x 40 cm.
4. A CESSIONÁRIA fica expressamente autorizada pelo CEDENTE a executar livremente a montagem das fotografias objeto deste contrato, podendo proceder aos cortes, às fixações e às reproduções necessárias.
domingo, 17 de janeiro de 2010
terça-feira, 12 de janeiro de 2010
UPIS, I did it again! – cobertura da II Bienal de Artes de Brasília
A princípio a proposta da UPIS de ocupar espaços ociosos (no caso, as salas de aula da própria instituição no período de férias), bem como a própria realização de um evento regular dedicado as artes visuais em Brasília, nos parecia bastante oportunos. No entanto, em nossas visitas ao evento, ficamos com a sensação de que nenhuma delas foi efetivada de forma satisfatória.
Em grande parte das salas percebemos tentativas expográficas mal-sucedidas: panos e lonas plásticas tentavam omitir os elementos próprios de uma sala de aula, como as janelas e lousas; banners coloridos dependurados nas salas traziam o currículo dos artistas e poluíam mais ainda o espaço expositivo, chegando, em alguns casos, a competir visualmente com as próprias obras; muitos artistas optaram por recorrer a frases e textos aludindo à temática proposta pela curadoria, de modo a legitimar ou justificar (de forma por vezes forçosa, literal ou mesmo didática) sua presença na mostra. O resultado é uma exposição irregular, com questionáveis soluções de montagem (de fato, permanece a dúvida se essa configurava uma prioridade para a equipe responsável pelo evento), que, por vezes, assemelha-se a uma feira de ciências, uma tendência que nem mesmo a qualidade de alguns trabalhos é capaz de abrandar.
Essa sensação é ainda reforçada por propostas de espetacularização do espaço expositivo realizadas por alguns artistas, que lançam mão de equivocados recursos na ocupação de salas, produzindo uma espécie de cenografias pseudo-contemporâneas e semi-instalações, que resultam em soluções nada convincentes, agregando elementos que pouco acrescentam a suas obras.
Talvez essa apresentação equivocada fosse relevada, não fosse ela tão desproporcional frente à ambição da instituição promotora do evento, que, de acordo com o site oficial, assegura que:
“A Bienal de Artes de Brasília passa a ocupar lugar de destaque no calendário nacional de artes plásticas, junto a importantes eventos como a Bienal de São Paulo, a Mostra Rio Arte Contemporânea, entre outros.”
Essa relevância também é minada frente à divulgação, bastante reduzida para um evento pretensamente dessa magnitude, e cuja programação parece resumir-se à exposição, não havendo um espaço mais amplo destinado à reflexão nem uma difusão das propostas artísticas e dos artistas que integram a mostra.
Na opinião da nossa equipe há um equívoco no discurso apresentado pela Bienal de Artes de Brasília que se propõe a ser um evento de destaque nacional, mas que em sua realização demonstra descuidos e incoerências em relação à produção local e nacional de arte contemporânea.
Veja aqui vídeo do site Cerrado Mix sobre a mostra.
Top 5 Bienal de Brasília pelo DNB
(obs: clique no nome dos artistas para conhecer um pouco mais de seus trabalhos)
1 - Pedro Ivo Verçosa
Pedro Ivo consegue solucionar de forma simples alguns problemas expográficos na mostra. Em uma das paredes quatro telas em grande escala encadeiam-se aludindo a uma narrativa não evidente. Na parede em frente alguns retratos são dispostos em fileiras verticais, juntamente com um de seus trabalhos com recorte vinílico. Pedro Ivo foi beneficiado pelo tom da parede que harmoniza sutilmente com sua palheta de cores.
2 - After School
After School é uma mostra dentro da Bienal que ocupa uma das salas com obras de artistas do grupo G-onze. Entre os artistas estão José Zaragoza, Antônio Cabral, Luiz Áquila, Maciej Babinsky, entre outros nomes importantes da pintura no cenário local e nacional. Embora houvesse uma clara preocupação na distribuição das obras, criando espaços de afinidades e diálogos, infelizmente a mostra foi bastante prejudicada por alguns elementos e recursos expositivos.
3 - Bisser Nai
De origem búlgara, o artista reside há pouco tempo em Brasília. Ocupa uma das salas da Bienal com uma grande série de desenhos e dois de seus manequins pintados apresentados também em exposição individual na Casa Thomas Jefferson em 2008.
4 - Regiane Rocha
Regiane Rocha apresenta uma série instigante de desenhos em pequena escala que mantém uma proximidade com ilustrações de narrativas fantásticas ou fábulas.
5 - André Crespo
O paulista André Crespo é um dos artistas representados pela Art & Art Galeria. Destacamos aqui duas de suas telas expostas com temáticas de cavalos de corrida.
Menções do DNB: Destacamos também os desenhos de Paul Moraes que nos parecem bastante promissores; as instigantes pinturas de Sônia Menno Barreto que se utiliza de um realismo pictórico para criar situações que transitam entre o surreal e o kitsch e ainda a abstração geométrica das pinturas de Milla Nast.