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sexta-feira, 14 de maio de 2010

Apagando as velinhas: meu arquivo de Brasília.

No dia do meu aniversário, fui conferir a exposição Arquivo Brasilia: Cidade Imaginário, que tinha sido inaugurada na noite anterior. Como já estava munida de alguma informação - a organização nos mandou algum material de auxílio para essa matéria -, sabia que não se tratava de uma mostra histórica, documental, com fotos de candangos sendo carregados por paus-de-arara em meio ao cerrado desértico. Menos mal.

Após ler os textos recebidos, confesso que fiquei com medo de ser repetitiva e acabar simplesmente fazendo citações aos textos curatoriais e entrevistas. Mas, felizmente, o aspecto que achei mais marcante nas obras não havia sido ali mencionado. Me refiro a um termo complicado - especialmente no contexto das artes visuais - mas acredito que, combinado a algumas outras palavras, forme a equação que defina as obras expostas no Espaço Cultural Marcantônio Vilaça.

Quero falar do humor. Não do clichê e pastelão, típico da programação noturna de sábado da TV aberta, mas daquelas sacadas simples e incríveis que apenas alguns artistas conseguem materializar. Temos ótimos exemplos disso nessa exposição. A começar pelo trabalho de Gê Orthof:


Um dia, na tentiva de se auto-descrever aos seus futuros alunos do Instituto de Artes da UnB, ele usou uma palavra que sempre tive vergonha de utilizar para qualquer coisa relacionada às artes visuais: fofo. Depois disso, não tenho mais medo de errar ao dizer que o trabalho de Gê Orthof é, sim, uma fofura. No caso específico da obra exposta "opodernaopode", ele usa o humor como meio para realizar uma crítica política, mas sem perder a ternura jamais.


Os coletivos também são destaques na exposição. Se um único artista consegue falar por muitas pessoas, imagine um grande grupo de cabeças pensantes... Com eles, a crítica e o humor se mostram de maneira mais crua e cruel.


Uma espécie de retrospectiva das intervenções urbanas realizadas pelo Projeto Arte Entorno me parecem mais atuais (e necessárias) do que nunca. "Seja o candidato do Entorno": eles convidam todos os leitores do jornal local. Em ano de eleições, quem se sente decepcionado frente as escassas opções de voto pode, e deve, iniciar a mudança ao se tornar, por quê não?, uma opção.


A votação fica por conta do Grupo Amostra Grátis, com suas colocações tão capsiosas quanto as de uma urna eletrônica, que nos instigam e obrigam a pensar três vezes antes de escolher uma resposta (certa?).


Questionar e re-pensar são duas ações presentes em toda a exposição, tanto por parte dos artistas quanto pelo público. É impossível sair do TCU e seguir até sua casa vendo a cidade da mesma maneira. Ao passar pela Esplanada você pode até ter sorte, como eu, e se surpreender com uma Catedral colorida.



Arquivo Brasília: Cidade Imaginário é um presente de aniversário. Para cidade e para mim.

2 comentários:

marcelo disse...

Muito bom,Laurem!

Ge Orthof disse...

muito fofo! (com lágrimas fofas nos olhos...) hehehe bjo e parabéns para a exposição e o blog mais fofo da cidade!