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domingo, 27 de dezembro de 2009

Cobertura da 7ª Bienal do MERCOSUL

O Sussurro do Mercosul


Parte do projeto Parásitos urbanos, 2006. Gilberto Esparza

A Bienal do Mercosul chega a sua 7ª edição sob a temática “Grito e Escuta”, distribuída em 7 mostras e algumas intervenções e performances realizadas em diversos pontos de Porto Alegre entre 16 de outubro e 29 de novembro último. A equipe da DNB esteve lá para conferir o evento.

Enquanto a Bienal de Arte de São Paulo vem enfrentando um período negro em sua história institucional (com diversos escândalos administrativos, desorganização e uma falta de consistência que culminou com a última edição, a infame Bienal do Vazio, e com a audaciosa proposta de Moacir dos Anjos e Agnaldo Farias de revitalização do evento em sua 29 edição), a Bienal do MERCOSUL vem firmando-se como uma articulação bem sucedida de empreendimento público/privado, com ênfase nas iniciativas pedagógicas e com propostas mais experimentais em termos de curadoria, convertendo Porto Alegre em um dos centros da produção, reflexão e divulgação da arte latino-americana da atualidade. A 7ª Bienal buscou seguir a proposta, tendo como desafio suceder a elogiada 6ª Bienal, a terceira margem do rio, que contou com presença de peso de Jorge Machi, William Kentridge, Waltércio Caldas, Dario Robleto, Francis Alÿs, dentre outros.

Há uma tendência na Bienal do MERCOSUL de fundir (ou confundir) os papéis. Já na 5ª Bienal Gaudêncio Fidelis aponta a curiosa montagem das obras, nas quais artistas comparecem ao espaço expositivo munidos de grandes equipes, as quais orientavam cuidadosamente. No catálogo do evento, propunha-se uma aproximação curiosa entre o artista e o curador. Na 6ª Bienal, a mostra Conversas já convidava os artistas a indicarem outros artistas que dialogassem com suas obras para compor a mostra. Na 7ª edição, a proposta era a de levar a um novo estágio essa relação. Segundo a própria página do evento na internet:

O projeto envolve os artistas na própria concepção da Bienal: considerados como atores sociais e constantes produtores de sentido crítico, os artistas serão responsáveis por conceituar formatos de exibição, o projeto pedagógico e as políticas editoriais do evento.


No entanto, é inevitável um certo sentimento de derrocada nos visitantes (principalmente para o visitante desavisado que entra no Santander Cultural ainda impactado com a obra de Jorge Machi, que ocupou todo o suntuoso espaço na edição anterior, e se depara com o embaraçoso - e por vezes maçante- projetáveis). A controvérsia da 7ª Bienal começou logo em sua organização; são vários os boatos que circulam em Porto Alegre envolvendo acidentes gravíssimos no período de montagem, possíveis problemas financeiros e muita especulação sobre o treinamento do educativo (menina dos olhos do evento) que nessa edição teria sido menos rigoroso ou criterioso do que nas anteriores. As quedas de energia foram constantes no cais (foi necessário voltar para ver algumas das obras expostas em função de picos de energia que, segundo fomos informados, foram uma constante durante todo o evento). Também havia muita especulação sobre a ação Poesia Viva, de Paulo Bruscky (que dispõe de um espaço de destaque na mostra), subitamente cancelada.

O resultado foi uma Bienal com boas surpresas, mas bastante irregular. Valem as importantes presenças de León Ferrari, Cildo Meireles, Liliana Porter (também presente na última edição do evento), a homenagem a Paulo Brusky, a expografia engenhosa de “ficções do invisível”, o competente material educativo e o grande número de informações disponíveis na internet sobre o evento (isso sem comentar jaquetas-cartucheira dos mediadores, uma saída engenhosa que aliou facilidade de identificação com praticidade para as atividades pedagógicas e que despertou o interesse de vários visitantes). Mas a melhor surpresa foi, sem dúvida, a mostra de desenhos no MARGS. A curadoria foi primorosa e empolgante e a mostra do acervo da instituição foi igualmente impressionante.
Quem esteve em Porto Alegre durante a mostra pode também acompanhar uma inusitada mostra de vídeos na Usina do Gasômetro, entitulada Tempestade (particularmente próxima a mostra de vídeos da própria Bienal e que, diferente desta, não buscou nenhum tipo de isolamento entre as projeções, o que rendeu um resultado bastante interessante). A tempo, fica a recomendação aos que se aventurarem em POA: Não deixem de visitar a Fundação Iberê Camargo. Vale a pena conferir a estrutura, organização e arquitetura do centro. Requesitem no balcão para ver as áreas de oficina e auditório (o trajeto pode ser feito se acompanhado de um mediador).

Lúcia, Stop-motion, vídeo animação. Niles Atallah, Cristóbal León e Joaquín Cociña

Jérôme Bel & Véronique Doisneau

Programa Educativo da 7a Edição da Bienal do Mercosul

Tapume, 2009, Henrique Oliveira

Microfonico I e II , 2009, Chelpa Ferro

Top 15 Bienal do Mercosul pelo DNB

1 - Linda Matalon – Garland

2 - Jerome Bel e Isabel Torres - Veronique Doisneau

3 - Chelpa Ferro – Microfônico I e II

4 - Henri Michaux

5 - Cristiano Lendhart

6 - Tomás Espina - Alcaebza ed surgenda

7 - Henrique Oliveira – Tapume

8 - Fabio Kacero

9 - Niles Atallah, Cristóbal León e Joaquín Cociña - Lucia y Luis

10 - José Antônio Suárez

11- Paulo Brusky

12- Samuel Becket – Breath

13 - Milton Machado

14 - Mário Peixoto

15 - Karina Peisajovich – maquina de hacer color

Um comentário:

paula noku disse...

sugiro ao 'dando' uma investigação etimológica acerca do termo bianal. parece que, de dois em dois, a galinha enche o bico. o que sugere o intervalo de 2 anos? de dois em dois, a arte deve se renovar, se atualizar. bienais e bianais, todas se reinventando. viva...
grata pelas coberturas, doçuras e parabens!!!!!
paula