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quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Notas de Viagem - 31o Panorama da Arte Brasileira MAM-SP

Acontece em SP até o dia 20 de dezembro mais um Panorama da Arte Brasileira no Mam. A curadoria desse ano é de Adriano Pedrosa que optou por trazer artistas estrangeiros influenciados pela cultura brasileira.

Não foi a primeira vez que artistas estrangeiros integram a mostra, entretanto, dessa vez a proposta foi mais radical, apresentando apenas uma artista brasileira que vive no exterior. Pedrosa coloca em cheque o próprio panorama, criado com o intuito de divulgar a arte nacional, questionando a partir disso a noção de identidade e revisitando o debate que nossos modernistas iniciaram em 22. Porém, indo um pouco além, apresenta a arte brasileira não mais como receptora de influencias, mas como ela vem sendo “canibalizada” (nas próprias palavras do curador). O título da mostra Mamõyguara opá mamõ pupé adotado a partir do trabalho de Fulvia Carnevale e James Thornhill quer dizer “estrangeiros em todo lugar” em tupi antigo e acaba por sugerir também nossa condição de estrangeiros em nosso próprio país.

Apesar do protesto negativo de vários artistas que argumentam que questões relativas à nacionalidade deveriam estar superadas ou tornarem-se ao menos segundo plano para critérios de seleção curatorial é inegável que a exposição tem um resultado instigante, o que demonstra certa coerência e atualidade em dar continuidade ao debate da maneira apresentada. A maioria dos trabalhos parece confluir para uma abstração geométrica que revisita questões concretistas e neoconcretistas e é evidente que a seleção dos artistas tem esse como um dos principais pontos de partida.

Inevitável pra mim pensar na noção de forma difícil de Rodrigo Naves, já que venho recentemente tendo um contato mais aprofundado com seus escritos. No caso, não exatamente pela relutância em estruturar fortemente os trabalhos e por uma delicadeza da qual Naves nos fala, que parece presente em algumas propostas, mas que seria difícil de definir em relação à produção atual. Mas, principalmente, por privilegiar esse olhar estrangeiro que parece captar uma nuance específica que em certa medida nos escapa devido a uma proximidade excessiva e pelo desejo, por vezes forçoso, de buscar uma definição.

Chamo atenção também para uma besteira que eu adorei: a solução prática de colocar simpáticos bloquinhos de papel jornal com textos destacáveis sobre as propostas/artistas ao lado de cada trabalho. Não é nenhuma novidade e com certeza algumas pessoas iam odiar a falta de glamour do bloquinho, mas eu que já tenho uma queda por uma tosqueirinha sutil achei ótimo. E graças aos bloquinhos trouxe pra quem tiver interesse alguns dos artistas que me chamaram atenção.

(nem todas as imagens abaixo são referentes aos trabalhos da mostra, ao clicar elas conduzem a links para conhecer um pouco de outros trabalhos desses artistas)


Mateo Lopez, Simon Evans, Jorge Macchi
Juan Perez Aguirregoikoa, Luisa Lambri, Marjetica Potrc


Damián Ortega, Runo Lagomarsino e Julião Sarmento

2 comentários:

André disse...

Poxa, muito legal a idéia de compartilhar suas experiências. Que outras venham!

luciana paiva disse...

valeu andré.
em breve teremos mais! ;)