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terça-feira, 13 de outubro de 2009

Cine Brasília foi o local escolhido para a manifestação, que cobrou atenção sobre os espaços públicos culturais da cidade

Matéria do Correio Braziliense

Lúcio Flávio
Publicação: 09/10/2009 08:48 Atualização: 09/10/2009 09:56

Uma manifestação simbólica movimentou artistas da cidade e a comunidade na tarde de ontem no Cine Brasília, na 106/107 Sul(1). O protesto, que reuniu cerca de 70 pessoas, foi uma iniciativa dos atores teatrais Adeílton Lima e Wellington Abreu, com o produtor cultural Doviral Brandão, e tinha como objetivo reivindicar mais atenção das autoridades públicas com relação à precariedade dos espaços culturais da cidade. Palco do mais importante Festival de Cinema do país, o local não foi escolhido aleatoriamente. "Esse protesto no Cine Brasília é uma metáfora da realidade cultural da cidade, é uma situação que não pode mais acontecer", comenta o cineasta Vladimir Carvalho, um dos nomes mais importantes do cinema brasiliense. "É triste precisarmos recorrer a protestos como esse, já virou uma coisa monótona, mas essa indiferença dos poderes públicos é algo perigoso", destaca.

Cartazes com dizeres como "política cultural não se faz com maquiagem" ou "onde estão as políticas culturais do GDF?" foram pendurados na fachada principal do espaço. Dezenas de sacos de lixos foram espalhados no hall de entrada do Cine Brasília. Uma maquete do local foi construída e também embalada em sacos de lixo. Segundo os artistas, não é mais admissível que todos os anos o Cine Brasília seja fechado apenas para uma reforma parcial em virtude da realização do Festival de Cinema de Brasília. "Todo mundo sabe que o lugar está completamente sucateado, precisando de reformas urgentes", reclama o ator Adeílton Lima. "A maquiagem é só durante o festival, depois, a sala fica jogada às moscas, às vezes, a sessão é interrompida por falta de público", emenda.ApresentaçõesUma das principais reivindicações da classe é que haja uma política cultural mais consistente para o setor, priorizando a reforma e a manutenção dos espaços já existentes e a criação de centros culturais em cidades que não possuem um lugar adequado para apresentações artísticas. "É preciso criar políticas culturais sérias que caminhem com os artistas, colhendo opiniões da classe", pede o produtor cultural Dorival Brandão, um dos idealizadores do protesto.A indignação dos artistas aumentou diante da proposta de orçamento para reformas dos espaços culturais da cidade, apresentada no último mês de junho pela Secretaria de Estado em Planejamento e Gestão, durante uma audiência pública realizada no próprio Cine Brasília. Segundo o documento, R$ 50 mil foram destinados para a revitalização de lugares como o Cine Brasília, o Museu de Arte de Brasília (MAB), o Cine Itapuã, no Gama, entre outros espaços. "Como contrasenso, eles estão destinando uma verba de R$ 840 mil para a manutenção do Memorial JK, que é um espaço privado. Não conseguimos entender essa situação", lamenta Dorival Brandão.

Hoje, por volta das 9h, uma comissão formada por artistas e professores de arte da cidade levará à secretaria de Cultura a maquete do Cine Brasília simbolicamente embalada no protesto de ontem. "Essa manifestação é um ato independente dos artistas e dos cidadãos brasilienses, ", reforça Adeílton Lima. "Não podemos deixar que os espaços culturais de Brasília se desintegrem perto dos 50 anos da cidade", ressalta. A reportagem do Correio tentou contato com algum representante da Secretaria de Cultura, ontem, mas não obteve sucesso.1 - ImportânciaInaugurado em 1960, o Cine Brasília é um dos mais importantes espaços culturais da cidade. Com capacidade para mais de 600 pessoas, o lugar abriga, desde sua inauguração, o principal festival de cinema do país, que segue para sua 42ª edição. Atualmente sucateado pelo tempo, desde os anos 1970 que o local não passa por uma reforma completa.

Notícia enviada por Raimundo Kamir

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